Especialista aponta tendências para cadeia produtiva internacional
Debate
David Kupfer, professor de Economia da UFRJ, ministrou aula magna no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)O economista David Kupfer, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) , estreou o ano letivo da Academia de Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), em aula magna realizada na última quinta-feira (5), no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Kupfer, que também é e atual assessor da Presidência do BNDES, traçou um cenário a partir de três tendências contemporâneas que movimentam a cadeia produtiva mundial.
A primeira é a uniformização da demanda – ainda que resguardadas as diferenças culturais, consumidores de todo o mundo querem ter acesso ao mesmo tipo e qualidade de bens e serviços. Acabou o tempo em que fabricar produtos inferiores e mais baratos era opção para a indústria atender a mercados em desenvolvimento.
Outro marco é a nova integração produtiva internacional, na qual países dividem posições na produção de componentes e desenvolvem assim uma “especialização vertical”, acumulando capacitação em famílias de produtos ou em determinados processos produtivos, como vem acontecendo nas nações asiáticas. Já a América Latina, disse o professor, “está na fase de integração comercial, buscando ampliar mercados para aumentar escala e reduzir custos, por meio de acordos”.
A terceira tendência está no maior peso das etapas de pré e pós-produção. Isso significa que atividades intangíveis intensivas em conhecimento, como por exemplo projeto, pesquisa e desenvolvimento, logística e marketing, geram gerar mais valor para um produto do que propriamente sua fabricação.
Segundo o professor, dentro desse cenário, para reformular sua política industrial o Brasil precisa decidir como se inserir nas cadeias produtivas mundiais e, no âmbito interno, optar entre especialização ou diversificação da produção, esta última defendida por Kupfer devido a suas vantagens em possibilitar o surgimento de novas capacidades e ter maior potencial de proteger o País de ciclos econômicos de baixa.
Para ele, o Brasil precisa criar respaldo institucional para tomar decisões, identificar setores prioritários para receberem fomento público à inovação e apostar no potencial de instituições-âncora para induzir esse processo.
Academia do Inpi
O Inpi oferece uma gama de cursos em pós-graduação. Entre eles, o Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Inovação do INPI oferece o curso Stricto sensu, em nível de mestrado e doutoado, no campo da Propriedade Intelectual e Inovação, visando aprimorar a competência científica e tecnológica de seu corpo discente.
O programa é gratuito e credenciado pela Fundação Capes na área de concentração Inovação e Desenvolvimento.
Publicado em 06/03/2015.
Fonte ( Texto e Imagem): Brasil / INPI