Seminário na PUC discute parceria universidade e indústria

Publicado em 03/07/2013, via INPI:

Seminário na PUC discute parceria universidade e indústria na busca por inovação

Universidade e indústria precisam estreitar seus laços e superar resistências culturais. Muito já foi feito neste sentido, mas ainda não existe a parceria desejada tanto no meio acadêmico quanto na iniciativa privada. Este panorama foi analisado na abertura do Seminário Melhores Práticas na Gestão de Ativos de Propriedade Intelectual, Inovação e Competitividade, que acontece nos dias 3 e 4 de julho, na PUC do Rio de Janeiro.

De acordo com o presidente do INPI, Jorge Ávila, que participou da abertura e da primeira mesa de debates, a discussão sobre inovação no Brasil chegou tarde na indústria e mais tarde ainda nas universidades. Durante muito tempo o distanciamento entre setor privado e universidades diminuiu a partir de iniciativas como a Lei da Inovação, de 2004. Esta lei criou uma série de regras orientando formas de colaboração entre os dois setores e permitiu segurança jurídica para os negócios entre os parceiros.

Foi um avanço, mas ainda não resolveu, de todo, este problema. Em relação ao uso estratégico da propriedade intelectual (PI), a legislação deve ser mais clara. Sua interpretação deve ser mais homogênea para as duas partes, em particular em relação aos licenciamentos de tecnologia, considera Ávila.

Em matéria de pesquisa tecnológica “ainda estamos na adolescência”, admite o professor e vice-reitor da PUC, José Roberto Bergmann. Até cerca de 15 anos atrás, não havia praticamente interesse na pesquisa em parceria com a indústria. E nas poucas parcerias, como a realizada entre PUC e Petrobras, os aspectos relacionados à PI ficavam totalmente a cargo das empresas contratantes.

Bergmann explicou que as universidades trabalhavam basicamente com duas dimensões: formar pessoas e gerar conhecimento. Transformar conhecimento em tecnologia que resulte em negócios não fazia parte dos planos das universidades. Com o desenvolvimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica, o panorama mudou e as universidades começaram a se equipar e ampliar suas funções.

A carência de profissionais capacitados em propriedade intelectual nas universidades é um dos gargalos das políticas públicas relacionadas à inovação, considerou Beatriz Amorim Borher, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Mas esta carência é observada também nas empresas.

O desafio é o mesmo dos dois lados, concorda Naldo Dantas, da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). A agenda empresarial é pragmática, com ênfase no controle dos custos. “É preciso similaridade na linguagem” para que indústria e universidade possam trabalhar em conjunto.

Para conhecer a experiência internacional em relação a este relacionamento, o seminário reúne especialistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, da Universidade Nacional Autônoma do México e da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Fonte: http://www.inpi.gov.br/