Publicado em 20/09/2013 – ABPI:
Thomson Reuters divulga estudo sobre Inovação no Brasil
De acordo com um estudo da Thomson Reuters, o desempenho brasileiro no campo da Inovação patenteada, apesar de ainda modesto, vem melhorando: de 2003 a 2011 o número total de pedidos de patentes nacionais cresceu 12%. Na atividade científica o salto é maior. No ano passado os cientistas brasileiros publicaram 46.795 artigos em periódicos especializados, o que torna o País o 14° maior produtor de pesquisa científica do mundo, sendo mais de 90% dos trabalhos gerados por universidades públicas.
Os dados foram apresentados no último dia 17, no Workshop Especial para Profissionais de Comunicação promovido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em parceria com a Thomson Reuters e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento teve como palestrantes o presidente do INPI, Jorge Ávila; o gerente executivo de Política Industrial da CNI, Pedro Alem; e o vice-presidente global da unidade de negócios de Intelectual Property & Science da Thomson Reuters, Rob Willows. A ABPI esteve representada no encontro pelo jornalista Rubeny Goulart.
O presidente do INPI, Jorge Ávila, também destacou o crescimento do Brasil em Inovação. Segundo ele, em 2004 a autarquia teve 16 mil patentes depositadas, número que saltou para 33.500 no ano seguinte e que atingirá, este ano, a marca das 40 mil patentes depositadas. Estes números, ainda baixos se comparados a países como Estados Unidos, Japão, Alemanha, e, principalmente, China, deve-se, segundo Ávila, a que o Brasil só agora vem dando importância à Inovação. “Só agora estamos compreendendo o jogo mundial da tecnologia”, disse. O gerente de Política Industrial da CNI, Pedro Alem, considera que o Brasil ainda está fora do mapa mundial da Propriedade Intelectual, mas reconhece que o cenário está mudando. “As empresas estão começando a compreender que a competitividade global está fortemente ligada a exploração comercial da Propriedade Intelectual”, disse. “O trabalho de modernização do INPI está começando a aparecer, mas ainda estamos longe do que é necessário nesta área”.
O estudo da Thomson Reuters “Investimentos em Inovação no Brasil e o Impacto no Desenvolvimento do País”, apresentado por Rob Willows, confirma o aumento da participação brasileira na produção mundial de literatura cientifica e a liderança do País na América Latina, com destaque nas áreas de Medicina Clínica, Ciência de Plantas e Animais, Ciências Agrárias, Química e Física.
Embora, segundo o estudo, a proporção de pedidos domésticos de patentes venha aumentando, sendo 27% pertencentes a universidades, dos depositados no Brasil a maioria é proveniente de fora do País. Este cenário deve-se, aponta o estudo da Thomson Reuters, “é um reflexo da demora na aprovação de patentes no Brasil. As empresas podem ter dificuldade para criar oportunidades de mercado com um período de tramitação de até oito anos, já que uma tecnologia pode se tornar obsoleta antes mesmo da patente ser concedida”.
Fonte: http://www.abpi.org.br/