Evento discute como PI pode fazer parte do legado da Copa

Publicado em 31/07/2013, via INPI:

Evento em Porto Alegre discute como propriedade intelectual pode fazer parte do legado da Copa

De olho na Copa de 2014, Porto Alegre sediou, entre os dias 30 e 31 de julho, o seminário O Uso Estratégico da Propriedade Intelectual na Indústria do Esporte, que discutiu como otimizar os benefícios para a economia do estado, com foco no uso de ativos como marcas e patentes. Ao resumir os debates do evento, o coordenador geral do Comitê Gestor da Copa no Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe, destacou a importância da união entre esporte, inovação e propriedade intelectual como parte do legado do Mundial de Futebol:

“A Copa qualifica profissionais, torna a segurança publica mais inteligente, estimula o surgimento de novas tecnologias, a mobilidade urbana fica mais fácil com os BRTs, enfim, há geração de renda e emprego”, comentou Sehbe, acrescentando que o estado deverá receber cerca de 60 mil pessoas durante os seis jogos do Mundial previstos para Porto Alegre.

Abertura

Estiveram entre os palestrantes, na abertura, o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes; o diretor do escritório da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) no Brasil, José Graça Aranha; o coordenador geral do Comitê Gestor da Copa no Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe; a diretora de Cooperação para o Desenvolvimento do INPI, Denise Gregory; e a professora Marli Elizabeth Ritter dos Santos, da PUCRS.

Ainda na abertura, a importância de estar preparado para os grandes eventos esportivos foi destacada por todos os palestrantes. Segundo Kalil Sehbe, o Mundial Master de Atletismo, que Porto Alegre sediará em outubro deste ano, será uma excelente preparação para a Copa do Mundo. Serão 4.550 atletas e mais de 100 países participando da competição. Para o coordenador geral do Comitê Gestor da Copa no Rio Grande do Sul, é preciso buscar estratégias para que a Propriedade Intelectual também seja estimulada com o Mundial, ao lado do turismo, transporte e outras áreas, já que o Sul tem, atualmente, um dos melhores parques tecnológicos do Brasil.

Inovação brasileira

Por sinal, a inovação brasileira neste setor deve ganhar ainda mais força, mas já é representativa. Entre os palestrantes, uma empresa paulista vende fitas usadas para separar o público e para crachás; uma corporação gaúcha vende placares eletrônicos até para o exterior; e uma universidade também gaúcha desenvolveu um software simulador de multidões, já usado para prever as medidas de segurança em estádios como o Engenhão, no Rio de Janeiro.

Marcio Fortes, em sua apresentação, destacou a importância de uma revisão na legislação específica de PI. Segundo ele, é preciso ver quem tem direito à utilização das argolas, símbolo das Olimpíadas, e do mascote do Copa do Brasil, Fuleco, por exemplo. Por sua vez, Denise Gregory, Diretora de Cooperação para Desenvolvimento do INPI, alertou que, no Brasil, não há uma cultura consolidada de PI e lembrou que, de cada 100 empresas no País, apenas 28 registram suas marcas, o que pode fazer com que muitos empresários percam oportunidades importantes nos grandes eventos esportivos.

Espetáculos bilionários

Neste contexto, o uso correto das marcas e patentes é fundamental para o sucesso de eventos como a Copa do Mundo, já que os parceiros viabilizam tais espetáculos milionários e os investimentos nas sedes. Os números impressionam: o faturamento global da indústria do esporte está previsto para chegar a US$ 133 bilhões (mais de R$ 270 bilhões) em 2013. Já o volume global de negócios de artigos esportivos (roupas, equipamentos e calçados) é estimado em cerca de US$ 300 bilhões ao ano (mais de R$ 600 bilhões). Os dados são da OMPI.

Segundo o estudo “Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014”, produzido pela Ernst & Young Terco, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, só a Copa do Mundo de 2014 deverá injetar R$ 112 bilhões na economia nacional.

Prejuízos da pirataria

No caso da Fifa, 93% da receita da federação vêm dos contratos de TV e patrocinadores. Daí a preocupação com o marketing de emboscada (quando uma empresa não patrocinadora tenta aproveitar o evento para aparecer) e a pirataria em si. A Fifa tem hoje aproximadamente 16 mil processos ativos ao redor do mundo (mais de 200 países).

A diretora substituta de Marcas do INPI, Sílvia Rodrigues, seguiu a mesma linha e destacou a importância das marcas para o evento. Frisando a importância de registrar estas marcas com rapidez, ela analisou a legislação que trata das marcas no esporte, tais como a Lei Geral da Copa, a Lei Pelé e o Ato Olímpico.

Fonte: http://www.inpi.gov.br/